Co-convocadorxs: Tulio Colombo Corrêa (Universidade Federal de Minas Gerais), Arthur Medrado (Universidade Federal Fluminense), Fredda Amorim (Universidade Federal de Ouro Preto)
Descrição do Grupo de Trabalho:
A proposição deste grupo de trabalho nasce de uma plataforma essencialmente transdisciplinar: a “Queerlombos”. Nosso próprio nome une teorias de referência a gênero e sexualidades (queer) bem como estruturas históricas socioespaciais, auto-organizadas por pessoas negras, de resistência à colonização e à escravidão (quilombos). A proposta é expandir junto aos demais presentes o conceito de “Queerlombos”, isso que estamos chamando de aqueerlombamentos a partir de nossas experiências coletivas, advindas de quatro anos de construção do que consideramos um movimento cultural, nascido nas entranhas de uma cidade colonial.
A partir da expansão do conceito, locado na “construção de comunidades e intimidade”, atravessaremos outros temas sugeridos pela chamada: “arquitetura e narrativa”; “racializar o espaço e espacializar a raça”; “arte de rua, interrupções e intervenções”. Entendemos as encruzilhadas próprias das práticas transdisciplinares decoloniais como algo essencial para abordar a complexidade desse conceito, por isso vemos a necessidade de atravessar esses temas, uma vez que são muitos os assuntos/afetos/potências presentes nas infindáveis formas de (Re)existência construídas pelos Queerlombos.
Esse grupo de trabalho servirá para consolidarmos esse conceito, permitindo outras semânticas na academia, bem como outras práticas sócio-culturais confluindo educação, arte e entendimentos críticos sobre produção do espaço nas cidades contemporâneas da América Latina, principalmente no Brasil.
Descrição dos espaços do Grupo de Trabalho:
Queerlombos é um conceito em aberto, em construção e em disputa. Por isso, no primeiro momento propomos um encontro para a redefinição desse conceito a partir dos materiais prévios enviados e das experiências de cada pessoa que participa do GT.
Primeiro momento, um espaço de escuta, aberto, no qual construiremos entendimentos coletivos sobre Queerlombos a partir das múltiplas realidades das pessoas presentes.
Segundo momento, a partir das escutas e das afetações vindas dos relatos, traremos atravessamentos de nossas experiências particulares e coletivas nos três eixos: arte, educação e espaço. Aqui demandaremos, com dispositivos próprios da plataforma, a construção de materiais a partir de tudo o que foi falado e ouvido.
Terceiro momento, nele analisaremos os materiais desenvolvidos com o intuito de praticar a perspectiva crítica, coletiva, construída nos outros momentos do GT.
No quarto momento a proposta é realizar uma discussão aberta (como uma conferência, palestra, ou masterclass). Essa atividade visa trazer alguma personalidade importante para a comunidade lgbtqia+, mas que também tenha relações com os temas propostos no GT, para uma fala aberta ao público mais amplo abarcando as discussões e potencializando a proposta de um Queerlombos nas Américas. Possivelmente a convidada será a cantora e ativista argentina Susy Shock.
Em um quinto momento, e esse será pelas redes virtuais , pediremos os materiais e relatos sobre o GT para a escrita de um artigo científico enquanto produto dessa experiência. Vale ressaltar que os materiais em foto e vídeo que serão construídos ao longo do GT serão apresentados em plataformas digitais, como o próprio site www.queerlombos.org e no site do Hemispheric Institute (se assim o permitirem).
Vale sempre ressaltar que estamos vivendo uma crise nos territórios das Américas, em um brutal apagamento das histórias e autonomias dos povos por conta da expansão do neoliberalismo. A intenção desse trabalho é um esforço de pensar criticamente sobre outras formas de articulação político-afetiva que contraponham uma razão destrutiva imposta pelo capitalismo financeiro.
Resultados esperados:
Produziremos espaços para entendimentos múltiplos sobre Queerlombos, bem como uma masterclass aberta para potencializar a programação da convergência.
Além dos conteúdos (textos, vídeos e fotos) que serão produzidos e apresentados durante os encontros, as organizadoras do grupo de trabalho se propõe a editar um texto a ser publicado em formato de artigo acadêmico após a realização do GT no evento.
Sobre a Queerlombos:
A “Plataforma Coletiva Queerlombos” nasce da necessidade de construir espaços de encontro, afeto, pesquisa, expressão estética/artística e, acima de tudo, de resistência através da cultura. Criamos assim um processo coletivo de articulação para possibilitar a realização de eventos, conectando diversas pessoas em torno da vontade e das possibilidades desses encontros. Demos início a algo que podemos chamar de movimento cultural.
Ouro Preto, berço desse movimento, é cidade patrimônio da humanidade e tem inúmeras controvérsias. Dissonante em relação aos significados que sua população atribui ao seus monumentos e histórias. A inquietude em relação às abordagens sobre diversidade e colonialidades começa aí!
Tratamos de multipli(cidades) que habitam e cruzam os espaços em comum. Comunhão. Território aqui é pluralidade, no sentido de estabelecer ações e relações intrínsecas entre território-corpo, território-geografia, território-psiqué, território-estória, território-história: territorialidades.
Mais informações: www.queerlombos.org
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