Co-convocadorxs: Carlos A. Ortiz (University of Wisconsin-Madison) e Florencia Carrizo (Universidad Nacional de Avellaneda)
Descrição: O conceito de Humano—como indivíduo iluminista androcêntrico e antropocêntrico—adquiriu um grande interesse nos últimos tempos. Um reconhecimento de ponderação, questionamento e reconceptualização deste conceito tem assumido a centralidade dos debates na tentativa de se afastar da dinâmica extrativista e opressora que este engendra e assim fazer justiça a multiespécies e a futuros sustentáveis. Este grupo de trabalho tenta trançar práticas já em curso, bem como aquelas que ainda estão por vir, que reconsideram o conceito de Humano, desmontando-o como categoria limitante e modo de ser. Tornar-se humano e observar a linha divisória entre humano e não-humano se cruza com uma série de outras categorias de identidade: gênero, raça, nacionalidade, etc., evidenciando padrões de repressão e ostracização. Assim, também buscamos explorar a interseccionalidade que envolve o ato de interrogar a divisão entre humano e não humano. Convidamos artistas, pesquisadores acadêmicos, teóricos e ativistas a expor e/ou experimentar modos de alterar/mover/deslocar a categoria do humano, considerando as múltiplas permutações no encontro com outras espécies. Por fim, buscamos desvendar essas arquiteturas íntimas, parte de novas abordagens estéticas e redes de resistência que desafiam as estruturas de poder que limitam os humanos e outras espécies.
Dividiremos o grupo de trabalho em duas partes, começando com a apresentação do trabalho de cada um dos integrantes e em seguida, no segundo semestre, realizaremos um workshop voltado a uma produção sensível em torno dos movimentos e das formas de vida das plantas. Para experimentar outras formas de ser e começar a pensar além do humano, o grupo de trabalho visa desenvolver uma série de investigações espaciais, corporais e temporais em relação ao movimento das plantas. Com esses movimentos, passaremos a gerar um registro comum para a criação de um Ritual/Encontro/Cerimônia coletiva entre todos xs integrantes. Essa prática será baseada em um conjunto de gestos (cultivar, coletar, preparar a terra, cuidar, irrigar, coletar, entre tantos outros) que vamos aprender, compreender, ouvir, registrar em diferentes formatos ao longo das experiências desenvolvidas. No final, esperamos cultivar estratégias para um encontro interespécies.
Encorajamos submissões que considerem ou expandam as seguintes questões: Como podemos imaginar e/ou articular as práticas antropo e androcentradas? O que está em jogo quando pensamos além do humano? Como abordamos o incomensurável na tarefa de questionar nossa humanidade e compreender outras espécies não humanas? Quais estratégias e métodos possíveis podemos criar para o encontro de corporeidades interespécies?
Processo de inscrição: Para se inscrever neste grupo de trabalho, por favor, nos envie: 1- minibiografia; 2- carta de interesse, destacando um artigo acadêmico, intervenção estética, um projeto ativista ou qualquer outra forma de apresentação; 3- expectativas e resultados esperados do grupo de trabalho; e 4- links para um site ou trabalho relacionado, se relevante.
Para enviar sua inscrição para este grupo de trabalho, por favor use o formulário geral aqui.